quarta-feira, 29 de setembro de 2010

room service - namalimba coelho.









Foi ao som de “Sur le pont d'Avignon” e “La vie en Rose” que conversámos com a Assessora de Imprensa do Museu Colecção Berardo, bem junto às suas amorosas caixinhas de música.

Percorremos as suas colecções de cartas, postais e memórias. Viajámos entre a sua África, os bons tempos em Paris e a adaptação a Portugal. E o que descobrimos é que é impossível não nos apaixonarmos pelas histórias de Namalimba Coelho, a mãe romântica que em criança sonhava ser Presidente de República. Ora tentem...

1 - O que representa para ti o quarto? É a divisão onde preferes estar? Não, acho que cada divisão tem a sua importância. Vivo a minha casa toda.

2 - E qual seriam as palavras perfeitas para o descrever? Talvez...a minha caixinha de música.

3 - Tens muitos postais emoldurados e pendurados nas paredes. Fazem todos parte das tuas memórias? Sim, tenho postais espalhados pela casa inteira. Acho importante porque se trata de uma forma de contacto que se perdeu. Tenho cartas das minhas melhores amigas, de pessoas que conheci em Erasmus ou no Mestrado ou quando estive a trabalhar nas Nações Unidas e, apesar de ter sido sempre em circunstâncias diferentes, guardei contacto com todas, através de cartas e postais. Há alguns meses reformulei a casa e fui procurar todas essas recordações. E revolvi criar uma montra, a que chamo “La maison de mes souvenirs”, com objectos que estavam guardados numa caixa, mas que eu achei que deviam estar visíveis para mim. Cartas, diários, postais, declarações de amor, bilhetes de concertos, enfim...registos importantes da minha vida.

4 - Então ainda escreves muitas cartas? Sim. E envio-as! Recentemente escrevi e enviei um postal aos meus filhos, enquanto estive em Istambul. Sei que eles não entendem o que lá está, mas a minha ideia é que, um dia quando eles saibam ler, percebam que naquela cidade estiveram sempre comigo.

5 - Porquê esse fascínio pelos registos? Julgo que tem a ver com o meu percurso inicial. O facto de ter nascido em África (Angola), da minha primeira infância ter sido no contexto da guerra civil, onde não tinha a mesma liberdade de andar na rua que as outras crianças. Além disso, os meus amigos eram os filhos dos amigos dos meus pais, que estavam lá a trabalhar em petrolíferas ou na ONU. Portanto, era tudo muito efémero.

6 - E com que idade vieste para Portugal? Com 9 anos e ingressei no Liceu Francês, em Lisboa.

7 - Voltando à casa. Nota-se uma clara inspiração em África... Sim, claro. Como a minha pequena “maison des mês souvenirs”, também o resto da casa está repleto de memórias. Da minha vida e, claro, também dos meus filhos. Tenho muitas fotografias dele.

8 - Portanto coleccionas postais, cartas, fotografias...e roupa?Com a roupa é diferente. Vou sempre ao baú da avó. Aliás, o meu programa preferido de sábado é ir à Feira da Ladra.

9 - E vais só às bancas de roupa? Não. Há duas coisas que procuro sempre: caixinhas de música e cartas de amor. Adoro! Fico lá sentada durante horas a ler até escolher as que mais gosto.

10 - E porquê cartas de amor, és uma romântica? Ah sim, sou! Sou muito mais romântica para a vida e para os outros do que para mim. Gosto do registo antigo e respeito imenso toda aquela áurea de entrega e exclusividade que havia antigamente.

11 - O que estás a ler neste momento? Um livro sobre Istambul, influenciada pela viagem que fiz. É uma história de amor, inevitavelmente...chama-se “O Museu da Inocência”, de Orhan Pamuk.

12 - E por falar em Museu, como passas da área dos Direitos Humanos para a assessoria de imprensa do Museu Colecção Berardo?Foi a minha vinda para Portugal, depois de terminar o Mestrado em Paris. Quando fiz Erasmus, também em Paris, comecei a conviver com as comunidades árabes, fui aprender Língua e Cultura Árabe e criei um fascínio pelos Direitos Humanos. E pensei: “porque não fazer disto a minha vida?”. Mas em Portugal era praticamente impossível e quando regressei decidi fazer algo completamente diferente. Foi por acaso que uma amiga me perguntou se eu não queria candidatar-me a um cargo na Bienal de Design. E tudo começou aí, em 2003. Passei pela assessoria de media internacional e nacional da Associação Experimenta e correu muito bem. Foram surgindo entretanto outros projectos pontuais na área da Cultura, até que em 2007 assumi a assessoria de imprensa da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Museu Colecção Berardo, um pouco antes da sua abertura ao público. Foi um passo maior que a perna, um desafio enorme. Mas estou a adorar a experiência!

© photography Sara Gomes
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

room service - maria guedes.









A blogger do Stylista está sempre à procura do lado prático das coisas.

“Simplificar” é uma das regras de ouro desta consultora de moda e uma das primeiras que transmite às suas clientes. Inclusivamente, é a simplicidade do branco que dá as boas-vindas no seu quarto. “Adoro branco. Transmite-me luz e serenidade. É muito importante a serenidade!”, repete. É nesta tranquilidade luminosa que se perde a ler as revistas “que passa a vida a comprar” e a contemplar a árvore que a grande janela deixa antever. Adepta de um estilo minimalista, Maria Guedes gosta “de tudo meio-casa-de-bonecas-meio-romântico”, confessa. Evita a decoração igual a todas as outras e, por isso, opta por personalizar os seus objectos. “Aqui em casa pintei as cadeiras e o espelho”, conta.

O jeito para as artes vem desde cedo. “Quando era pequena, estava sempre a desenhar bonecas e roupas. Os meus pais diziam-me constantemente para largar os desenhos e ir fazer o TPC”, recorda. Mas Maria nem sempre obedecia. E a técnica apurou-se. Depois de se ter formado em Marketing e Publicidade e de ter trabalhado cerca de cinco anos como account, rumou até Nova Iorque e instalou-se no paraíso para os aspirantes a designers: a Parsons School. Hoje, desenha vestidos de noiva e fardas (a dos funcionários do Santini têm a sua assinatura), dá workshops de personal shopping, é autora do livro “Tanta Roupa e Nada Para Vestir” e em breve poderemos vê-la no pequeno ecrã, em dois programas da SIC e da SIC Mulher. Por enquanto, podemos continuar a lê-la todos os dias no seu blog – Stylista.

© photography Sara Gomes
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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

room service - mariana duarte silva.









Foi numa atmosfera dominada pelo branco e pincelada por discretas cornucópias que descobrimos a zona da casa favorita da produtora da Madame Management – o quarto.

“Tenho a sorte ter estes dois janelões onde vejo o verde do jardim. Acordo sempre a pensar que é meu...”, conta. Mas descobrimos outros segredos da casa de Campo de Ourique. Que “todos os dias o cheirinho a bolos e pão quente atravessa a casa”, por estar de frente para a fábrica. “É tão bom!”, confessa Mariana, de mão aconchegada à redonda barriga. “Estou de sete meses e será um rapaz”, desvenda. Mariana trabalha na produtora Madame Management, que criou quando estava em Londres.

Trocou a capital por terras de Sua Majestade em 2007 e por lá viveu dois anos e meio. Stereo Addiction, Rui da Silva e Heartbreakerz são alguns dos nomes que fazem parte do portfólio da Madame, como também é conhecida, e o “Baile” foi um dos ambiciosos projectos que inaugurou para promover a música portuguesa por lá. Last night a DJ saved my life é, de momento, a leitura de cabeceira de Mariana Duarte Silva. Mas não é a única. Na pilha da mesinha encontrámos também títulos de outras áreas menos ritmadas. “Agora também ando a ler livros relacionados com o mundo dos negócios”, refere, mas “a verdade é que não há livro, nem pessoa nem cenário que me inspire mais do que pisar o chão de Londres. É uma cidade onde preciso de estar de vez em quando, porque venho de lá cheia de ideias”, conclui. E Mariana garante que já tem algumas em carteira prontas para transformar Lisboa!

© photography Sara Gomes
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segunda-feira, 13 de setembro de 2010


artwork by www.mdonada.com

i made a selection of songs for gssh!gssh! my podcast is called I Love You But I Gotta Run, Okay?
you can check it at gssh!gssh! website.
or just download it HERE.
enjoy!




SARA´S "I LOVE YOU BUT I GOTTA RUN, OKAY?"From Monument to Masses - Checksun | Chain and The Gang - Room19 | Jeremy Jay - Airwalker | Chad VanGaalen- Clinicly Dead | Fruit Bats - Tegucigalpa | Little Joy - The Next Time Around | The Weakerthans - Greatest HIts Collection | Glorytellers - The Lost Half Mie | Two Gallants - Steady Rollin´ | Prisma en Llamas - Taller Radical | Reigning Sound - Banker and a Liar | Gun Club - Sex Beat | Paus - Mudo e Surdo | Wavves - Post Acid | Black Moth Super Rainbow - Flower Beast (unreleased 2005).

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

room service - sónia pessoa.










Sónia Pessoa nasceu em Évora e colecciona lingerie, tutus e pestanas postiças. A maquilhadora adora fotografar camas desfeitas e tem uma obsessão saudável por malhas de tricot.

Em casa, prefere peças minimalistas e gosta de sentir a alma de um espaço, imaginando a história de quem lá vive. O objecto favorito do quarto é o Carrossel de Música e quando era criança sonhava vestir bonecas e construir as suas casas. “Não me lembro de pensar numa profissão de gente grande”, confessa. O seu quarto? Um refúgio. A sua grande paixão? A maquilhagem. Foi por ela que deixou o curso de design de interiores para trás e abdicou da marca de malhas que chegou a criar e comercializar no Porto, Coimbra, Lisboa e Amsterdão. “Troquei tudo pela make up, que adoro!”, conta, sem arrependimentos.

Sónia Pessoa começou a trabalhar em maquilhagem há oito anos “por brincadeira”, mas depressa o assunto se tornou sério. “Fiz a minha primeira capa para a DIF com Dino Alves”, recorda. Um ano mais tarde, estava a ganhar o concurso Queres ser uma Levi's Girl? e a ser premiada com um curso de maquilhagem no AR Atelier. “Após ter tirado o curso, fui assistente da Antónia Rosa e descobri, por acidente, que era mesmo isto que queria fazer”, conclui. Podemos ver frequentemente os trabalhos de Sónia Pessoa nos editoriais da Vogue, Elle, Máxima, GQ, Magnética Magazine e encontrá-la nos bastidores de desfiles, incluindo a ModaLisboa, catálogos e publicidade.

© photography Sara Gomes
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terça-feira, 7 de setembro de 2010

i've been invited to be part of the great Adam & Eve Projects.
such an honor to see my name in the same page as Cass Bird's, Ari Marcopoulos', Skye Parrot's and other amazing artists.
my streaming is located > HERE <,
so go take a look every once in a while, as it will be updated every two weeks.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

room service - ana canadas.










“O meu quarto é apenas o espaço onde eu guardo as minhas coisas”, resume a produtora de Moda Ana Canadas.

A actual editora de moda da revista Parq confessa que não passa muito tempo em casa e passou por, pelo menos, cinco quartos diferentes nos últimos anos, entre Londres, Paris e Lisboa. “Com o meu primeiro ordenado montei uma câmara escura no meu quarto com o meu pai”, relembra Ana. Parece que o mais importante é que se trate de um sítio capaz de acolher o desabrochar de todas as suas criações. E, claro, as suas colecções de robots, joalharia vintage, chapéus, óculos de sol... Ana licenciou-se em Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes, tendo posteriormente feito o curso de Design de Moda na Central Saint Martins College, em Londres. Em terras de Sua Majestade estagiou com marcas como a PPQ, Beyond the Valley, Tatty Devine e, entretanto, colaborou com revistas como a Tank Magazine e a Vogue francesa. Podemos ainda encontrar o seu nome na edição Outono/Inverno 2009/2010 da Vogue Japão masculina, com uma das peças da sua colecção de final de curso em destaque num editorial.Também os projectos pessoais se multiplicaram, entre desenhar e confeccionar roupa até à criação de uma colecção de joalharia.

Ana tem uma sede constante “de novas experiências” e precisa “de controlar todas as fases do processo criativo dos meus trabalhos”, explica. Fotografia, design, moda, joalharia...estamos perante uma criativa nata.

© photography Sara Gomes
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